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Fazer uma revisão do que foi trabalhado nas demais rodas e exercitar o trabalho em equipe e formar redes para resolver problemas sistêmicos.
Girafinha (ou objeto da palavra), flipchart ou quadro branco ou cartaz grande com post-its para anotar as informações da rede de cooperação, violão para a música ou gravação. Para ambiente virtual: slides e aplicativo de quadro compartilhado (por exemplo: Miro) para construir a rede de cooperação.
Identificar os valores centrais dos participantes a fim de criar conscientização e reconhecimento do seu verdadeiro eu, estabelecendo um conjunto de valores compartilhados para o grupo.
Comece a música devagar para que todos possam aprender. Aos poucos, acelere a velocidade. Se tocar violão, use os acordes: C, G, G7, C. Permita que cada pessoa contribua com um valor humano. Se não tocar violão, use gravação ou opte por alternativas como danças circulares.
Música Colaborativa: "As Girafas se Encontraram"
Duração: 6 min.
Esta é uma música cantada colaborativamente. A letra dela é flexível, permitindo que as pessoas tragam palavras (valores humanos) para a canção. Por isso, há 3 elementos da letra dessa música que são substituídos, quando ela é cantada: nº é o número de pessoas que está na roda; nome é o nome da pessoa que irá falar um valor; valor é o valor humano escolhido pela pessoa para todos cultivarem. A palavra "Mais" pode ser omitida caso o tamanho da palavra escolhida (valor) seja muito grande (≥4 sílabas).
Letra da Música:
[nº] girafas se encontram
E seus poderes multiplicaram
Uma delas se chamava [nome]
E o que ela queria todas escutaram
Mais [valor] é o que precisamos
Mais [valor] nós vamos buscar
Mais [valor] é o que desejamos
Mais [valor] vamos cultivar
(repete quantas vezes quiser, passando a palavra para os integrantes da roda)
Instruções para o facilitador:
Nós costumamos começar a música devagar, de modo que as pessoas possam aprender a cantar e fazerem sua participação. Então, aos poucos, vamos acelerando a velocidade da música.
Para quem toca violão, é importante conhecer a melodia da música e os acordes. Os acordes são muito simples: C, G, G7, C.
Alternativas:
Você pode optar por outras cerimônias de abertura que ofereçam uma experiência de construção coletiva caso não queira fazer a música, não toque violão ou qualquer outro motivo. Algumas alternativas incluem danças circulares, cirandas, ou outras brincadeiras colaborativas e dinâmicas que promovam a conexão entre os participantes e criem um ambiente de acolhimento e pertencimento.
Seja o primeiro a compartilhar, dando o exemplo. Encoraje ações simples e cotidianas, não apenas grandes gestos. Reconheça todas as escalas de contribuição. Crie um ambiente acolhedor para compartilhamentos sobre cuidado e responsabilidade social.
Rodada de Check-in
Duração: 10 min; ± 1 min por pessoa.
Você ou o outro facilitador (se houver) inicia respondendo:
Proposta: Diga como você está hoje e compartilhe algo (pode ser simples) que você faz para contribuir com um mundo melhor.
Instruções para o facilitador:
Esta abordagem em duas partes serve múltiplos propósitos: primeiro, a pergunta sobre como a pessoa está permite que ela se conecte com seu estado emocional atual, trazendo consciência para o momento presente. Segundo, ao compartilhar algo que faz para contribuir com um mundo melhor, a pessoa se conecta com suas ações de cuidado com a vida, independentemente da escala.
É importante considerar todas as escalas de ações - desde o simples ato de desligar o chuveiro quando está se ensaboando, até trabalhos voluntários ou ações pontuais como perceber que alguém precisava de ajuda e fazer algo para colaborar.
Sugerimos que o facilitador, nessa rodada, seja o primeiro a falar.
Apresente um cenário por vez. Permita que os participantes escolham qual cenário querem trabalhar. Encoraje múltiplas perspectivas sobre cada situação. Use esta atividade para identificar competências que precisam ser reforçadas. Não busque respostas 'certas', mas explore aplicações práticas da CNV. Observe como os participantes respondem para planejar futuras rodas.
Revisão de Competências Usando Cenários
Duração: 25 min.
O facilitador da roda pode usar essa atividade para fazer um balanço das competências exercitadas ao longo das rodas. Alternativamente, essa atividade também pode ser usada para aferir quais as dificuldades do grupo e quais temas precisam ser reforçados pelo grupo.
O facilitador apresentará 1 dentre 3 cenários. Cada pessoa será convidada a refletir sobre o que está ocorrendo no cenário, seguindo a roda. Cada um tem a opção de seguir no mesmo cenário, complementando o que já foi falado, ou mudar para outro, caso a pessoa considere que o assunto daquele já se esgotou.
Cenários para Reflexão:
Cenário 1
Pessoa A: "Você é egoísta."
Pessoa B: "Você quer me manipular a fazer as coisas pra você!"
Cenário 2
Uma pessoa disse que quando estava passando por um momento difícil, recebia ligações constantes de amigos e familiares querendo saber como ela estava, mas que ela não aguentava mais ficar explicando para as pessoas como estava se sentindo.
Cenário 3
Pessoa A: "Será que você pode vir aqui em casa hoje? Tô me sentindo abandonado."
Pessoa B: "Eu não posso ir aí o tempo todo... Você precisa aprender a ficar sozinha. Toda essa carência vai acabar afastando as pessoas, pois elas ficam sufocadas."
Competências a serem trabalhadas:
Fundamento da atividade:
Uma das atividades centrais da roda é a revisão de competências através de cenários de conflito. Esta abordagem permite que os participantes exercitem múltiplas habilidades da CNV de forma integrada, ao invés de trabalhá-las isoladamente.
Os três cenários retratam situações comuns: acusações de egoísmo, manipulação e abandono. Cada um oferece oportunidades para exercitar diferentes competências: identificação de necessidades, reconhecimento de sentimentos, tomada de perspectiva, reformulação de falas, mediação e corresponsabilidade.
O objetivo não é encontrar respostas "certas", mas explorar como aplicar os princípios da CNV em situações reais. Esta abordagem reconhece que a CNV não é um conjunto de regras rígidas, mas um convite para nos colocarmos à disposição de compreender e sair da zona de culpabilização.
Esta atividade também serve como ferramenta de avaliação para o facilitador. Observando como os participantes respondem aos cenários, é possível identificar quais competências precisam ser reforçadas e planejar rodas adicionais focadas em áreas específicas.
Defina um responsável por compilar as informações. Use flipchart ou quadro para registrar as informações da rede. Para ambiente virtual, use aplicativo de quadro compartilhado (Miro). Encoraje a participação de todos na definição do objetivo. Mapeie recursos e habilidades disponíveis no grupo. Crie um plano de ação concreto. Defina como a rede se manterá ativa após a roda.
Rede de Cooperação
Duração: 45 min.
A CNV reconhece que os indivíduos envolvidos em um conflito precisam ser amparados pela sociedade e que a sociedade é corresponsável pelos indivíduos. Assim, por mais que possamos cultivar a paz internamente, precisamos promover a paz nos nossos círculos de convívio para prevenirmos e resolvermos problemas sistêmicos de nossa sociedade. Por isso, precisamos ser capazes de criar redes para solucionar problemas mais complexos.
Nessa atividade, os integrantes da roda são convidados a formarem uma rede de cooperação para solucionar um problema importante ao grupo. (No caso da nossa formação, promover a Comunicação Não Violenta.)
Estrutura para formação de uma rede:
Instruções para o facilitador:
Ao final dessa rodada, é importante definir um responsável por compilar as informações e apresentar ao grupo o que foi criado. No caso do CNV em Rodas, essas serão enviadas por e-mail.
Fundamento da atividade:
A atividade central da roda é a criação de Rede de Cooperação, que representa o coração da proposta de transformação social. Esta atividade não é apenas uma simulação, mas uma proposta real de integração em uma rede de facilitadores de rodas de CNV.
O modelo apresentado é simples mas poderoso: objetivo claro, integrantes identificados e funções definidas. Esta estrutura pode ser adaptada para diversos contextos, desde apoio a uma pessoa em processo de divórcio até promoção de respeito à diversidade em um grupo.
O que torna esta proposta especial é sua flexibilidade e aplicabilidade. Uma rede de cooperação pode ser criada para qualquer situação onde pessoas precisem de suporte, seja individual ou coletivo. A chave é identificar claramente o objetivo, mapear os recursos disponíveis e definir como cada pessoa pode contribuir.
Esta atividade demonstra na prática como a CNV pode transcender o nível individual e se tornar uma ferramenta de transformação social. Ao criar uma rede de cooperação, os participantes experimentam diretamente como os princípios da CNV — empatia, comunicação autêntica e busca por necessidades compartilhadas — podem ser aplicados para resolver problemas sistêmicos.
A experiência de mapear recursos coletivos e definir funções específicas ajuda os participantes a compreender que a transformação social não depende apenas de esforços individuais, mas da capacidade de organizar e coordenar ações coletivas. Esta compreensão é fundamental para quem deseja promover a CNV além do contexto pessoal.
Seja o último a se manifestar. Permita que os participantes processem toda a experiência da formação. Crie espaço para gratidão e celebração. Encoraje reflexões sobre aplicação prática dos aprendizados. Reconheça a jornada percorrida por cada participante.
Rodada de Check-out
Duração: 10 min; ± 1 minuto por pessoa.
Proposta de check-out: Diga algo que foi importante para você, que irá lhe ajudar nas suas ações de transformação social, que você aprendeu ou fortaleceu ao longo da nossa formação.
Instruções para o facilitador:
O check-out desta roda foi estruturado para consolidar as aprendizagens de toda a formação. Ao convidar as pessoas a compartilharem algo que foi importante para elas e que irá ajudá-las em suas ações de transformação social, estamos criando um espaço para integração das experiências vividas ao longo de toda a formação.
Esta abordagem reconhece que cada participante tem a oportunidade de contribuir para um mundo melhor, de acordo com suas próprias escolhas e caminhos. Sendo a última roda da formação, permite uma visão integrada de todo o percurso e como os aprendizados podem ser aplicados na transformação social.
O check-out é um momento de celebração e gratidão, onde cada pessoa compartilha o que está levando dos encontros. Na última roda, este momento ganha especial significado, permitindo que todos expressem gratidão pela experiência compartilhada.
É natural que, sabendo ser o último encontro, as pessoas já tragam elementos de gratidão desde o check-in. Esta espontaneidade é valorizada, pois reflete a conexão genuína criada ao longo dos encontros.
Sugerimos que o facilitador seja o último a se manifestar.
Cante a música com emoção e convicção. Enfatize a mensagem de que este lugar já existe em nossos corações. Se tocar violão, use acordes simples. Se não tocar, use gravação. Permita um momento de silêncio após a música antes dos agradecimentos finais. Encoraje os participantes a continuarem cultivando este lugar em suas vidas.
Música de Fechamento: "Há um Lugar"
Duração: 3 min.
Letra da Música:
Há um lugar, onde as diferenças são respeitadas
Onde as coisas não são certas, nem erradas...
Há um lugar, onde a amizade importa mais que a opinião
Onde todos são tratados como irmãos
Vem pra cá, vamos cantar e dar as mãos
Vem pra cá, vamos praticar a compreensão
Vem comigo vem pra esse lugar
Há um lugar, onde o credo, o sexo e a cor são respeitados
Onde todo o ser é digno de ser amado
Há um lugar, onde há acolhimento pra todo o pranto
Onde a vida é cuidada em cada canto
Vem pra cá, vamos cantar e dar as mãos
Vem pra cá, vamos praticar a compreensão
Vem comigo vem pra esse lugar
Vem pra cá, vamos cantar e dar as mãos
Vem pra cá, vamos praticar a compreensão
Vem comigo vem pra esse lugar
Que está no seu e no meu... coração.
Instruções para o facilitador:
A música "Há um Lugar" encerra nossa roda com a visão do que queremos criar através da CNV: um espaço onde as diferenças são respeitadas, onde não há certo ou errado, onde a amizade importa mais que a opinião, e onde todos são tratados como irmãos.
Este lugar não é utopia — é o espaço que criamos quando experimentamos a comunicação não violenta. É o lugar de compreensão e acolhimento que mora em nossos corações.
A música nos convida a vir para esse lugar, reconhecendo que ele já existe dentro de nós e pode ser cultivado através de nossas práticas. Este é o lugar que o CNV em Rede deseja expandir através das redes de facilitadores.
O encerramento da formação não é o fim, mas o início de uma nova fase. Através da rede de facilitadores, os participantes continuam se apoiando, compartilhando experiências e desenvolvendo suas práticas de CNV.
Link para a música: Clique aqui para abrir a música no navegador.