
Uma Ponte para o “Não”
Precisamos abrir espaço para o “não”,
Compreender que não é fim da comunicação,
Expressa uma necessidade, um desejo pulsante,
Que impede o “sim”, mas que é igualmente importante.
Se ouvimos o “não” com desdém ou rejeição,
Carregamos um peso e criamos tensão.
Mas o “não” é um presente, se escutarmos atentos,
As necessidades que estão ali, pedindo acolhimento.
Receber seu “não” como presente é algo factível,
Se eu olhar suas necessidades, o mais rápido possível.
Imediatamente, meu foco vai para a sua humanidade,
E encontro uma proposta, com toda a humildade.
Quando alguém nos diz “não”, podemos empatizar,
Ouvir com o coração aberto, tentar valorizar.
Se um amigo te recusa, dizendo “não posso sair”,
Não ouça desamor, procure entender e traduzir:
“Você disse não, porque quer descansar.
Tem uma prova amanhã, precisa relaxar?”
O “não” não encerra, mas abre a conversa,
Proponha algo novo, que a ambos interessa.
“Descanse, amigo, esteja motivado e bem,
Depois, vamos nos ver, que tal semana que vem?”
Se nossa mãe pede algo e não podemos naquela hora,
Evite dizer dizer “não”, mas diga isso agora:
“Agradeço, mãe, a confiança no pedido,
Quero te ajudar, mas agora estou impedido.
Tenho um compromisso, estou a me arrumar,
Que tal amanhã, ou chamo alguém para te ajudar?”
Na CNV, o “não” é expressão de um oculto querer,
Necessidade importante, que visamos atender.
Ao se comunicar com o outro, foque nas prioridades,
Em vez de usar o “não”, compartilhe as necessidades.
Dê o seu melhor para ser entendido em sua verdade.
Se você focar no que “não quer”, terá mais dificuldade.
Mas, se ficar bloqueado e só conseguir falar: “não”,
Ainda há uma chance de que o outro escute com compaixão.
O “não” é uma expressão pobre de necessidades!
Mas, você é livre para usá-lo, se sentir vontade…
A CNV reconhece que temos escolhas e liberdade.
E que até o nosso “não” visa atender uma necessidade.
Até o Marshall Rosenberg optou por usar o “não”:
“Não Violência” foca no que não queremos, de antemão.
Mas, a CNV vai além das regras de “como devemos falar”,
Podemos também cuidar da vida no “pensar” e no “escutar”.
Acolha o “não” como uma chance de crescimento,
Entenda suas razões, transforme o em movimento.
Com autoconhecimento e melhores comunicações,
O “não” se torna ponte entre nossos corações.
– Bruno Goulart de Oliveira – 31/07/2024.